Para começar esse texto, preciso contar uma história meio triste. Tive momentos bem difíceis há alguns anos por conta de um relacionamento abusivo, que me fez entrar em depressão e me sentir muito perdida. Acredito que só quem já passou por algo parecido vai entender o que estou falando.
Lembro muito bem que várias vezes minha mãe falava que eu precisava ter mais amor-próprio e sair daquela situação urgentemente. Sinceramente, não entendia muito bem o que ela queria dizer com “ter mais amor-próprio” e tudo que ela me falava entrava por uma orelha e saía por outra.
Bom, mas vamos resumir um pouco essa história: consegui sair desse relacionamento e passei os próximos sete anos tentando me reencontrar e entender o que realmente aconteceu. Não foi nada fácil, doeu muito ter de entender o que foi que passei e como lidei com essa parte da minha vida. Tive de refletir muito, e o mais importante de tudo, me perdoar também.
Sei que gradualmente fui retomando a minha vontade de ser livre, de viver, de fazer o que realmente queria e sair da minha zona de conforto. Fui percebendo que nada que tire a sua liberdade vale a pena. Amar alguém não deveria ser um sofrimento, mas sim uma consequência (positiva) da vida. Aprendi da maneira mais difícil e dolorosa, mas considero que cresci muito depois disso!
Voltei a ser uma pessoa mais alegre, mais divertida e mais curiosa também. E minha curiosidade me levou para longe. Literalmente! Comecei a viajar sozinha para vários países, passei muito tempo comigo mesma, cativei muita vontade de estar só e continuar me divertindo com isso. Finalmente me sentia completamente livre!
Outra jornada que tive de percorrer foi justamente aceitar o meu corpo. Já vou logo falando que não é nada fácil, pois vivemos em uma sociedade que impõe muitas pressões estéticas (principalmente se você é uma pessoa com vagina). Entretanto, decidi fazer um pequeno exercício comigo, todo o dia ao me olhar no espelho. Se estava insatisfeita com a minha barriga, tentava olhar o “copo meio-cheio” e notar outra área que eu curtia — e assim fui seguindo.
Pode ser um detalhe, uma covinha, uma pintinha, o seu nariz, qualquer coisa que te encante sobre você! Aos poucos, vai ficando cada vez mais fácil de reconhecer a beleza em você. Hoje em dia eu me sinto muito mais livre esteticamente do que anos atrás, principalmente porque foco no propósito de agradar apenas a mim. Corto meu cabelo do jeito que gosto, visto roupas (bem malucas e coloridas) porque me identifico, me depilo quando quero.
Depois de me sentir fortalecida com toda essa jornada, decidi tomar o próximo passo. Sempre fui uma pessoa conectada com minha sexualidade e, por conta disso, comecei a sentir que precisava expressar tal elo para outras pessoas de forma natural e empoderadora. Criei o projeto Vênus em Leão para dialogar sobre sexualidade, masturbação, autoestima e amor-próprio. Acredito que esses assuntos podem ser tratados de maneira mais leve e divertida para não afastar as pessoas que mais precisam dessas informações. Dessa forma, todo o visual do projeto é bem fofo e com inspirações ‘kawaii’ nostálgicas.
Além disso, na astrologia, quem tem vênus em leão no seu mapa astral — assim como eu — normalmente é uma pessoa que gosta de ser notada, que gosta de ser o centro das atenções e que é muito autoconfiante. Basicamente, são as rainhas do amor-próprio! Era isso que gostaria de transmitir para as pessoas: que elas fossem mais livres e confiantes. Aliás, aqui vai um fun fact para bruxinhes de plantão: a coleção com a Nuasis foi lançada exatamente quando vênus está no signo de leão! A sincronicidade perfeita.
De volta lá para o começo desta carta, para quando minha mãe me falou sobre amor-próprio, hoje sinto que finalmente consigo entender o que ela estava dizendo. Atualmente, estou muito mais forte e livre para fazer minhas escolhas. Por isso, lanço aí do outro lado a pergunta: o que você faz por você? Já se deu carinho hoje? Já se olhou no espelho e gostou do que viu?
Tenha mais afeto com você mesme. Celebre VOCÊ! Porque, afinal, a vida é muito curta para que não sejamos livres, não é mesmo? Nunca esqueça: o amor da sua vida é você!